Feeds:
Posts
Comentários

Archive for the ‘Notas’ Category

Com esse post de metas e projetos a serem cumpridos no blog, espero conseguir engrenar o que eu pretendia quando fiz esses cinco ou seis posts alguns meses atrás: manter um registro momentâneo das minhas impressões sobre filmes (e ocasionalmente outros assuntos), tentando usar os textos para entender melhor porque eu gostei ou não de determinado filme, e para me ajudar a pensar sobre cinema e outras questões. E, se porventura alguém se interessar pelas coisas que eu escrever aqui (e tenho esperança de que essas pessoas existam e cheguem até esse blog), estimular alguns debates sobre essas questões.

Fico inclinado a relacionar essa nova tentativa de engrenar um blog ao início do ano; essa associação não é inteiramente incorreta – sem dúvida é um bom momento para isso -, mas acho que essa vontade se deve mais ao fato de eu sentir a necessidade de escrever com freqüência e de agora eu ter mais tempo para isso. Há mais de mês que me pego constantemente pensando em assuntos que seriam melhor desenvolvidos através da escrita; como 90% desses assuntos têm a ver com cinema ou televisão, nada mais natural que retomar o blog. Existe também a possibilidade de eu usar esse espaço para reflexão sobre outros temas, como futebol (capaz até de ser uma constante, considerando as boas perspectivas para o Fluzão e a Copa do Mundo no meio do ano), música e literatura (só de vez em quando, porque não me sinto tão apto a falar sobre – mas, what the heck, não é como se eu fosse um profundo entendedor dos outros temas também), e talvez, apenas talvez, sobre outras aleatoriedades.

De início, há dois projetos iminentes que pretendo iniciar esse mês. O mais urgente não se refere a cinema, mas a TV, e não por acaso o título do blog vem do tema desse projeto. O outro se refere ao ano e à decada que passou; ainda que não demande tanta urgência, quanto mais eu demorar a começá-lo menos provável será que eu consiga cumpri-lo a contento. O restante não são exatamente projetos; na realidade, são mais linhas editoriais e temas interessantes que eu gostaria de abordar durante o ano (e estabelecê-los logo agora é importante porque vai me incitar a cumpri-los – e tentar cumpri-los me obrigará ver mais filmes, o que também é um dos objetivos do blog). Ei-los:

1) Retrospectiva Lost e acompanhamento da 6a temporada.

A iminente estréia da sexta e última temporada da série de TV americana Lost me parece a oportunidade perfeita para revisitar as cinco primeiras temporadas, analisando-as todas à luz das novas reviravoltas, e também pesando as repercussões que elas tiveram (e ainda têm) na mídia depois de tanto tempo.

Minha intenção é tratá-las cada uma como uma unidade coerente dentro de si mesma, mas ao mesmo tempo vendo como elas reorganizam os acontecimentos das temporadas anteriores e preparam o terreno para a(s) seguinte(s). Não acho mais cabível uma análise episódica – depois de tanto tempo, seria enfadonho, tanto porque não há mais o frescor da surpresa e dos mistérios, quanto pelo fato de que há muitos episódios fracos sobre os quais não há tanto a dizer. Mais interessante é tentar perceber os ritmos de cada temporada, ver como seus temas principais foram abordados, pesar a participação e o desenvolvimento de cada personagem, analisar as estratégias narrativas diferentes de cada uma delas.

Considerando que a nova temporada estréia daqui a exatos 13 dias, o ideal seria que eu postasse um artigo a cada três dias mais ou menos, para que quando LAX vá ao ar nos EUA, na noite do dia 2 de fevereiro, eu esteja pronto para começar a análise episódio a episódio – que aí sim é justificável. Vai ser legal ter, de um lado, uma análise mais ponderada e distanciada das temporadas anteriores (com uma visão de conjunto que me permite ter uma noção melhor dos acertos e das falhas) e, de outro, a reação imediata, pontuada por exageros criados pelo calor do momento (empolgações e decepções) e pelas dúvidas e surpresas naturais à incompletude e à falta de respostas (que, espero, diminuam à medida que a temporada for avançando – mas não que se esgotem totalmente; gostaria que o final ainda fosse  razoavelmente lacunar).

2) Listas de fim de ano e de década.

Pra começo de conversa: eu adoro listas. Adoro criar listas e adoro ler listas. Elas podem dizer muito ou não dizer nada, podem ser manjadas ou originais, mas eu sempre considero-as interessantes. Gosto de ver quando filmes de que gosto ficam bem cotados, e indignado quando eles não conseguem entrar. E, dependendo da origem das listas, elas podem dar um bom parâmetro de correntes de pensamento, posturas críticas, etc. etc.

Por exemplo: digam o que quiserem, mas o Top 250 do IMDb dá uma noção interessante de como o público em geral recebe os filmes. É uma mistura de empolgação com blockbusters (que sempre que estréiam alcançam as primeiras posições da listavide The Dark Knight) e ratificação ao que convencionou-se chamar de clássico por boa parte da crítica, pelos Oscars e afins. Também é interessante comparar listas de sites mais renomados com outros mais obscuros; ver o respaldo que certos críticos dão sempre aos mesmos filmes, e ver como isso pode ser desmontado por publicações atreladas a menos interesses (mas não quero com isso vir com um papo conspiratório de que todo mundo é comprado; só tento procurar padrões e diferenças).

Mas as listas que mais me interessam são aquelas que não se esgotam em si mesmas – “tão aqui os dez melhores filmes do ano e pronto” . É sempre legal quando o(s) autore(s) das listas expõe(m) a razão de suas escolhas, tentando mostrar porque determinado filme é representativo dentro do parâmetro escolhido. É uma análise não apenas do filme em si, mas também de sua relação com o contexto da época, da maneira como ele envelheceu e de como ele nos chega com alguns anos de intervalo, da sua recepção agora e à época de seu lançamento, e da sua relevância num “panorama do cinema mundial” (com todos os problemas que uma generalização dessas pode trazer).

Aliás, para mim, a melhor dessas listas é a dos vinte melhores filmes da década, feita pela Reverse Shot (não que eu concorde com tudo; inclusive há filmes que não vi. Mas é a lista que mais desenvolve os motivos das escolhas, através de textos que abordam mais ou menos todos os temas que citei aqui. Não por acaso, é a lista que mais se aproxima às que eu pretendo fazer).

Sobre essas listas: a de melhores do ano eu pretendo fechar o quanto antes. Vou resumi-la a filmes que foram lançados em circuito comercial, no Rio de Janeiro, no ano de 2009. Ainda há alguns poucos filmes que considero que têm de ser vistos. A falta mais grave até agora é Gran Torino, de Clint Eastwood, seguida por Entre os Muros da Escola, de Laurent Cantet. Outro que eu lamento muito não ter conseguido ver no cinema é O Fantástico Sr. Raposo, de Wes Anderson. Um de meus cineastas contemporâneos preferidos, e não pude vê-lo no cinema porque sua entrada em cartaz coincidiu com o final de período na faculdade e minha viagem para Porto Alegre, onde lamentavelmente o filme não passou. Terei que baixá-lo.

A ser visto no cinema, ainda: Deixa Ela Entrar, de Tomas Alfredson. A arranjar pra ver no DVD: os citados de Eastwood e Cantet, além das exceções à regra Adventureland, de Greg Motolla, e Funny People, de Judd Apatow (respectivamente diretor e produtor do bem-sucedido Superbad), que inexplicavelmente foram lançados diretamente em DVD por aqui. Outra exceção similar seria Guerra ao Terror, se os prêmios e aclamação crítica que recebeu não tivessem forçado o lançamento do filme nos cinemas por aqui, em fevereiro, depois de já lançado em DVD. Preenchidas essas lacunas, creio que terei visto filmes suficientes para elaborar minha lista. (Talvez, apenas talvez, eu assista também a Quem Quer Ser Um Milionário, só pra conferir se é tão ruim quanto as [boas] críticas disseram).

No caso da lista de melhores da década, as ausências são mais numerosas e mais alarmantes; entretanto, também acho que não falta muito pra eu ter visto boa parte do que é considerado essencial nos anos 2000. Claro que nunca se pode ver tudo; e se eu fosse esperar até ter visto todos os filmes de que falam bem, eu nunca poderia elaborar uma lista dessas. (Ainda mais se considerarmos que publicações como a Reverse Shot têm um número razoável de editores, enquanto eu sou apenas um). Acho que também é parte do interesse em listas pessoais seu caráter limitado e menos “panorâmico”, por assim dizer. Serve com uma compilação de referências e uma cartilha editorial do tipo de filmes que vou priorizar aqui no blog.

Um último adendo é que minha lista de melhores do ano provavelmente trará textos mais curtos e um pouco menos desenvolvidos do que minha lista de melhores da década. Obviamente, há mais a se dizer numa lista que abrange dez anos do que numa que abranja apenas um. Sem contar que um top de 2009 se faz mais urgente (portanto, precisará ser menos elaborado) que um top da década, forçosamente mais desenvolvido e, por isso mesmo, de caráter menos imediatista.

3) Outros projetos para o ano.

Fora as prováveis e numerosas críticas individuais dos filmes a que eu for assistindo, pretendo elaborar alguns projetos diferentes, com outros enfoques.

Um deles se refere a maneira de tratar de filmes que não estejam em cartaz. Por mais que seja provável que volta e meia eu inclua análises individuais de filmes mais antigos, inicialmente minha intenção é tratá-los em blocos. Por blocos, quero dizer que a intenção é fazer revisões completas das carreiras de diretores que me interessarem no momento, vendo como sua obra evoluiu (ou involuiu) com o passar do tempo, procurando marcas de estilo, diferenças de abordagem, seleção de temas, etc. etc.

De início, vai ficar evidente meu interesse maior em me debruçar sobre diretores contemporâneos – alguns muitas vezes subestimados (não por seres indies desconhecidos, muito pelo contrário: justamente por serem diretores famosos de blockbusters, por vezes seus filmes são tachados de trabalhos superficiais só para ganhar dinheiro, o que não me parece verdade nesses casos específicos). Por mais que eu tenha intenção de escrever sobre diretores mais largamente aceitos como Quentin Tarantino e Clint Eastwood, ou outros menos conhecidos mas igualmente aclamados como Wes Anderson e Tim Burton, meu foco será nesses cineastas que em geral não são levados à sério.

Talvez eu comece com James Cameron, justamente a reboque do seu bem-sucedido, mas (na minha opinião) incompreendido Avatar. O Exterminador do Futuro 2 e True Lies são grandes filmes em geral pouco considerados por uma parte da crítica. Quero assistir aos nunca vistos Aliens e O Segredo do Abismo, e até dar uma segunda chance ao execrado Titanic. Outro cineasta que atualmente é mal-falado (e de maneira injusta, me parece) por crítica e público é M. Night Shyamalan, que depois de receber aclamações por O Sexto Sentido e Corpo Fechado, começou a receber algumas críticas (infundadas, a meu ver) pelos fantásticos Sinais e A Vila, e foi absolutamente destruído em A Dama da Água e Fim dos Tempos (que ainda não vi, mas que alguns bons sites dizem que mereciam críticas melhores que as que receberam). Também penso em escrever algo sobre o Spielberg; mas esse aí talvez dê mais trabalho, por isso primeiro preciso ver se esse formato funciona.

Outras idéias incluem análises de temporadas inteiras de outras séries (prováveis: Mad Men, The Sopranos, The Big Bang Theory, Freaks & Geeks, The O.C., Friends; outras que pretendo ver ainda: Dexter, The Wire, Six Feet Under, Deadwood); artigos falando da recepção de determinado filme, e da maneira como as pessoas se relacionam com isso; análises mais aprofundadas de grandes sucessos (a trilogia O Senhor dos Anéis e talvez os filmes do Harry Potter; uma idéia estranha é falar dos três primeiros American Pie – sério); e devaneios aleatórios sobre minha relação com o cinema e com outras coisas (as discrepâncias entre meus gostos de cinco anos atrás e os de agora, por exemplo).

Só isso.

Se eu conseguir cumprir algumas dessas metas, já ficarei bastante satisfeito. A intenção é que eu consiga pincelar a maioria delas até o início das minhas aulas em março. Não acho muito provável, mas farei o possível. It’s a leap of faith. Espero que dê certo.

Namaste, and good luck.

Read Full Post »